As sílabas com que pronuncio o teu nome,
Suave grito de sedução vazia, sem pó,
No peito dorido do nada, o nada que passa
Porque tudo o que dizes é nada…
Foi hoje provado, ainda que me doa
Todo o doer é simples nada, de nada.
Fissurado na terra do silêncio…
As tuas palavras foram vazias,
Mostraram mais uma vez aquilo
Que noutro tempo pensara
Ruína de construção
Que ninguém entende até ao nome.
Fugitivo todos os dias, com desculpas,
Percebi agora, sem mais interesse
Não espero, não existe mais demora
Nada mais pode existir então
Porque nunca nada existiu…
A não ser a minha fútil ilusão.
Eu estou aqui,
onde sempre estive...
Esperando por um amor
que eu sonhava existir...
Quantos apelos eu fiz,
quantos pedidos lancei,
sutilmente insinuei
e quantos recados mandei.
Mas, foram em vão...
Te fizestes de surdo para não ouvir,
te fizestes de cego para não ver,
as muitas palavras de amor,
que eu procurava transmitir,
de todas as formas,
por todos os meios.
E submergi,
me afastei,
me escondi,
sumi,
me calei.
Agora que me perguntas, onde estou?!...
Eu te respondo:
Estou aqui,
sozinha, como sempre estive,
mesmo contigo ao meu lado.
Pois eu acreditava em algo,
que não passava
de uma falsa e triste ilusão