
Na vida passamos por fases
Que costumam marcar as faces
A neve já desponta nos cabelos
É o tempo distribuindo os selos.
A mocidade já se distancia
Como a noite a superar o dia
Olho em tudo e já não vejo
Nada que me desperte mais desejo.
Preciso urgentemente encontrar algo
Que me resgate da vida o saldo
Que eu esqueça o gosto amargo
Do peso do meu fardo.
Sinto o tempo tão distante
Quem me dera por um instante
Encontrar uma fórmula mágica,
Para sair da apatia e ser mais simpática
Corro contra as marcas do tempo
Enfrento frio, calor e vento
Só gostaria de poder descansar
E não mais ter que imaginar!
Saudade não tenho
E nem razão para sentir
De onde venho
Não se costuma fingir
Parar é desistir
Desistir é anular
Anular é renunciar
Renunciar é calar ou parar.
Acredite, se é verdade não sei
Nesta vida, errei mais do que acertei
Mesmo assim, quero para mim,
O direito de sorrir, antes que chegue o fim
Fechei-me para o mundo
De tanto encontrar buraco fundo
Atolei, desatolei
Foi indo me cansei
Hoje procuro a paz
Um sonho a mais
Gostaria de poder afirmar
Vale a pena viver e sonhar!