Quarta-feira, 23 de Agosto de 2006
Vento...
Frio, que me percorre a espinha como uma adaga de gelo,
que me atravessa a alma, como um ferro em brasa,
que traduz a minha dor, pela distância de um amor,
pelo desejo do ardor,
pela promessa que carrega,
por eu näo ser o portador,
correndo ao vento, suor no rosto,
mensagem na mäo, alegria no coraçäo,
correndo...
O vento assim o carrega, assim o quer alcançar,
por mais que eu queira näo posso sequer...
Voar, nadar, andar,
apenas escutar...
Os risos, os gritos de quem passa por mim,
os olhares apaixonados, os lábios colados,
as promessas caladas,
a doce miragem de um beijo,
o inocente calar de um desejo.
Vento...
Frio, que me corta o coraçäo,
o calor, a emoçäo,
o sentido, a razäo,
de querer, de viver,
de comer, de sorrir, de sentir,
recordaçöes que como fantasmas,
me atormentam, apoquentam,
näo querem desaparecer,
näo porque näo possam,
mas porque näo deixo,
porque se isso acontecer,
sei que deixo de existir,
sei que deixo de sentir...
O vento...
sinto-me: bem